informativos
12/01/2010 20:53
ASMA OCUPACIONAL
A primeira descrição da doença foi feita em 1700, em Padova, na Itália por Bernardino Ramazzini.
Conhecida como a doença do artesão, seus sintomas vão da tosse a dispnéia e acometem padeiros, moleiros e trabalhadores de armazéns de cereais.
Ramazzini supunha que a causa da obstrução brônquica era devida à formação de uma cola ou pasta depositada nas vias aéreas. Discutiu a possibilidade de prevenção e confessou de desconhecia um tratamento eficaz para impedir os malefícios e suas graves conseqüências à saúde humana.
Hoje a asma ocupacional tornou-se a doença pulmonar ocupacional mais desenvolvida por trabalhadores dos países desenvolvidos.
A alergia ocupacional representa hoje um problema mundial e, tende a se agravar devido a industrialização e o surgimento de novas substancias.
Existem mais de 250 agentes causadores da asma ocupacional.
SINTOMAS
A asma ocupacional pode causar dificuldade respiratória, sensação de opressão no peito, sibilos (chiado de peito), tosse, espirros, coriza e lacrimejamento. Contudo, em alguns indivíduos, o único sintoma são os sibilos noturnos. Os sintomas podem ocorrer durante a jornada de trabalho, mas, freqüentemente, eles começam apenas algumas horas após o indivíduo ter terminado seu expediente. Além disso, os sintomas podem aparecer e desaparecer durante uma semana ou mais após a exposição. Por essa razão, é freqüentemente difícil estabelecer a relação entre o ambiente de trabalho e os sintomas. Os sintomas geralmente tornam-se mais leves ou desaparecem nos finais de semana ou durante os feriados. Eles pioram com a exposição repetida.
DIFICULDADES NA DEFINIÇÃO
•Desencadeamento por estímulos inespecíficos
•Multicausalidade
•Asma pré-existente e atopia
•Persistência de sintomas após o afastamento
CLASSIFICAÇÃO
Há duas categorias de asma que ocorrem no local de trabalho:
· Asma agravada no local de trabalho que é preexistente e agrava-se por fatores irritantes do ambiente de trabalho.
· Asma ocupacional que caracteríza-se pela obstrução e hiperreatividade das vias aéreas devido a condições próprias do trabalho e não por estímulos externos.
AGENTES CAUSADORES
Agentes mais freqüentes causadores de asma ocupacional
Agentes |
Tipo de ocupação |
Origem animal |
|
Epitélios de cães, gatos, ratos, cobaias, etc. |
-Veterinários |
Insetos e ácaros de cereais |
-Trabalhadores em armazéns |
Frutos do mar |
-Trabalhadores na ind. de processamento |
Origem vegetal ou bacteriana |
|
Cereais e farinha |
-Padeiros e moleiros |
Pó de serra |
-Marceneiros |
Enzimas |
-Trab. ind. farmacêutica |
Breu |
-Soldadores |
Gomas |
-Trab. ind. farmacêutica |
Látex |
-Trab. ind. tapetes |
Origem química |
|
Isocianatos |
-Pintores |
Aminas |
-Trabalhadores na indústria téxtil |
Epoxi e acrilatos |
|
Corantes |
|
Fumos |
-Trabalhadores na indústria eletrônica |
Persulfatos |
-Cabeleireiros |
Cromo-Níquel |
-Trab. ind. cromeação, niquelação |
Formaldeído |
-Trab. em hospitais |
DIAGNÓSTICO
Primeiro se estabelece um diagnóstico de asma para depois buscar um diagnóstico de asma causada por exposição.
O diagnóstico nem sempre é fácil, especialmente no caso de a doença se desenvolver em pessoas sem asma identificada. Geralmente, a sintomatologia aponta para bronquite, quando na verdade estamos a falar de asma profissional.
Por outro lado, o intervalo de tempo desde o início da exposição aos agentes causadores da asma e o surgimento dos primeiros sintomas pode variar desde meses a anos, o que mais uma vez coloca dificuldades de diagnóstico.
Para fazer o diagnóstico, o médico interroga o paciente a respeito dos sintomas e da exposição a uma substância que sabidamente causa a asma.
Algumas vezes, a reação alérgica é detectada através de um teste cutâneo, no qual uma pequena quantidade da substância suspeita é aplicada sobre a pele.
Quando o estabelecimento do diagnóstico é mais difícil, o médico utiliza um teste de provocação por inalação, no qual o paciente inala pequenas quantidades da substância suspeita e é observada a ocorrência de sibilos e de dificuldade respiratória.
O indivíduo também é submetido a provas da função pulmonar para verificar se existe uma diminuição da mesma.
Como as vias aéreas podem começar a estreitar antes de surgirem os sintomas, um indivíduo com sintomas tardios pode utilizar um dispositivo para monitorizar as vias aéreas enquanto trabalha. Esse aparelho, um medidor de fluxo máximo, mede a velocidade com que o ar é expirado dos pulmões. Quando as vias aéreas estreitam, a velocidade diminui acentuadamente, sugerindo asma ocupacional.
Pessoas com história familiar de alergia terão mais tendência para sofrerem de asma ocupacional, tal como os fumantes.
Uma vez diagnosticada, é prioridade o afastamento da pessoa face ao agente responsável pela asma. No caso de não ser possível o afastamento total, deve-se controlar ao máximo o ambiente, sendo essa responsabilidade da entidade profissional, promovendo, por exemplo, a utilização de máscaras, implementando sistemas de ventilação e aspiração de ar, etc.
TRATAMENTO
Os tratamentos são os mesmos utilizados para os outros tipos de asma. Os broncodilatadores que promovem a abertura das vias aéreas podem ser administrados sob a forma de inalador ou de comprimido.
Para as crises graves, os corticosteróides podem ser administrados por via oral durante um período curto.
Para o tratamento prolongado, o uso de corticosteróides inalados é preferível, mas o melhor conselho é que consulte o seu médico sobre esta questão, manifestando as suas preocupações e seguindo, caso se confirme, a terapêutica indicada.
O tratamento tem como objetivo limitar a exposição ao agente causador e melhorar os sintomas com terapia broncodilatadora.
Os medicamentos incluem inaladores manuais ou nebulizadores de broncodilatadores (Proventil, Alupent, Bronkosol e outros). Em casos mais graves, pode-se associar outras terapias para asma brônquica.
———
Voltar